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segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Apetece

Mais uma vez apetece-me escrever. Não sei porque escrevo, mas tenho tempo, tempo para pensar, tempo para imaginar... Sinto que tenho coisas dentro de mim que não percebo e tento expressar. Tento escrevê-las para depois as poder ler mas nem sempre consigo. No entanto sento-me e escrevo, e penso. Sentimentos em mim que não sei se quero ou se sinto, talvez o tempo me os faça sentir. A saudade começa a apertar, e tudo se intensifica, os momentos antes indiferentes valem sorrisos, olhares discretos e passados fazem suspirar. A vontade de voltar aumenta e o sentimento de solidão também. Uma solidão estranha esta, rodeada de gente. Como um turbilhão de cabeças em volta de um funil, e no fundo o que deixou a saudade. Pequenas tardes passadas parecem agora grandes passeios, o conforto de uma companhia ligada, que a cada dia parece mais longe. Tenho medo de voltar, olhar, e não reconhecer, não me sentir igual, não me conseguir aconchegar a uma antiga paz. Gostaria de me isolar, livre de qualquer tentação e poder voltar igual a mim, apenas conhecendo-me melhor. Voltar e seguir o meu instinto, um instinto que me diz que devo procurar mais em ti, que vales a pena. Não te esqueças de mim...

05/02/2008

Noite Silenciosa

Toda a gente dorme menos eu, num momento de refúgio, abençoado pelos elementos que me transportam na sua sintonia. Enroscado no meu casaco oiço o silêncio, o silêncio de uma noite de lua cheia, de uma cúpula celeste perfeita.. um silêncio que diz mais que mil palavras, que me sussurra ao ouvido algo que me deixa feliz, algo que me conforta. Um silêncio que nada nem ninguém pode interromper. No meio da noite, apenas aquela luz me guia, um porto distante, uma meta que não preciso atingir, apenas saber que lá está. Sem pensar no Tempo, apenas contemplando o mar prateado, vou rasgando a água lentamente, numa procissão alienadora, deixando para trás uma esteira cintilante, um rasto de despreocupação. O mar chão, a brisa perfeita, o barco é como uma extensão do meu corpo, agora oiço o silêncio da espuma que vou criando, o silêncio do vento que enche as velas.. Tenho a cara fria, mas não me importo, levanto-me sem tirar a mão do leme, um golfinho vai brincando à volta da proa, um grito de uma ave quebra o silêncio.. Não é nada, sento-me de novo no meu silêncio e escuto.. Agora a luz parece mais próxima.

15/02/2007